"Sozinho eu não posso mais viver..."

Muitas coisas acontecem sem a gente querer ou perceber. Muitas percepções mudam num piscar de olhos. Mais tem coisa que sempre permanece. Seja a vontade de voltar pra casa, não importa quão longe ou por quanto tempo se manteve afastado. Seja a necessidade de rir e amar.
Em conversa cabeça com meu cunhado sobre religião, percebi que minha fé mudou bastante, hoje é mais madura e minha. Depois de falar por muito tempo sobre as religiões do mundo, parei pra pensar se sou católica por conveniência, educação ou fé.

Devo confessar a alegria de poder dizer com certeza que sou o que sou pela fé que tenho, que Deus me deu. Concordo que cresci em uma família super católica, que me ensinou tudo, mais há 3 anos morando longe, não precisava seguir a religião que me ensinaram, e nunca ninguém me exigiu isso.

Acredito que a fé só vale quando é espontânea, e não obriga ou manipula. Tenho certeza do momento em que percebi que a religião era mais que ir na missa porque me diziam que era certo. Foi em um seminário de vida, que fui meio por acaso. O último dia era missa da renovação com imposição de mãos e tudo. Foi nessa missa que senti uma emoção e uma presença que nunca mais esqueci.

Ninguém me falou o que era aquilo. Ninguém me explicou o que acontecia, nunca tinha ido a uma missa de cura e libertação. Mais no exato momento em que fui, chorei igual a uma criança, e era um choro de alegria que nem sabia da onde ou porque vinha. A música de fundo é a única coisa que eu lembro e toda vez que a escuto relembro da sensação, assim como todas as vezes que recebo a comunhão. A partir desse dia não consigo perder um domingo sem missa, e quando o faço, sinto me incompleta. A música era a seguinte:

“Eu quero amar, eu quero ser, aquilo que Deus quer, sozinho eu não posso mais viver. Vem espírito, vem espírito, sozinho eu não posso mais, não posso mais viver!”