Nem sei mais o que estou sentindo. Erros sem acertos, ruas
sem saída. Nada. Aquela obrigação de sentir e o não sentir infinito.
A tristeza profunda corta a alma. A razão diz sorria. O coração
sumiu, fugiu sem deixar sinais. A razão grita de novo, sorria, tenha esperança,
mas só consigo olhar em seus olhos e dizer: ”Paciência, não me olhe assim,
tenho tentado, tenho lutado, quero conseguir. Mas algo vem de dentro meio
estragado e caga tudo outra vez.”
Onde foi que me perdi? Por que me deixei perder tanto assim?
Ah menina, cadê você? Cadê a fé que tinha em nós? Cadê a vontade de mudar o
mundo e a crença de que era capaz? Por que tanto não ser? Por que?
Tenho que ter força ao invés de sono, sorriso ao invés de
lágrimas, planos ao invés de saudades, sonhos ao invés de lamurias. Mas não
está fácil. A vontade de não ser eu, não agir como tenho agido, não ser quem
tenho sido minha vida toda! Não é fácil mudar. Tenho tentado há anos, sem muito
sucesso.
É respirar fundo e tentar novamente. E se cair de novo? A gente
pensa depois.